sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Os versos que eu te fiz...

Luiz Maia

Nas noites em que eu mais te quis, eu te respeitei tanto... Afinal tu não sabias que num determinado momento eras a única pessoa que me alegrava. Eu te amei, e muito te quis. Cheguei a pensar em falar tudo, tentei mas a timidez falou mais alto e eu me vi em silêncio outra vez. Hoje caminho apenas por amor à vida. Meu andar trôpego e lento é envolvido por circunstâncias, por sentimentos que me fazem recordar teu instigante olhar. Absorvido por pensamentos que penetram pela janela entreaberta, vindos de ti, maldigo a distância que nos separa e faz doer meu coração. Tudo isso acontecendo e eu aqui pensando, brincando com as palavras. E como sou fácil de me emocionar! Não sei como há pessoas sem sensibilidade, que não quebram suas amarras e não se deixam ser levadas pela emoção. Como conseguem sobreviver assim, sem falar de amor, com suas vidas certinhas, mas carentes de uma lágrima a escorrer pelo canto da face, quando a saudade bate no peito?

Hoje, sem excesso de bagagem, eu parto para uma saudável caminhada. Quero levar os meus passos até a próxima primavera. Uma primavera diferente, com matas intactas, com árvores cobertas de folhagens e muitos pássaros a cantar. Tu sabes que jamais perdi o encantamento pela vida. Em cada passo meu, deixo nas pegadas da areia a lembrança tua, mas trago comigo a esperança que me devolve a mesma alegria de antes. Vivo incontáveis alegrias ao perceber momentos que se parecem conosco. Eu que te amava, e tu que de nada sabias. E vivíamos assim os dois juntos, em minha imaginação, sempre felizes. Creio que a vida jamais vai separar os que se amam. Mansamente, sem fazer barulho, o mar conseguiu apagar da areia os versos de amor que eu fiz para ti.

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